Você já ouviu falar na indústria 4.0? Dada sua importância, o termo tem sido cada vez mais discutido nos últimos anos.
A indústria 4.0, de acordo com o Portal da Indústria, é um sistema de tecnologias, como inteligência artificial, robótica, Internet das Coisas, big data, machine learning e computação em nuvem, que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios.
Com o uso dessas tecnologias, as empresas têm muito a ganhar em qualidade e eficiência. Prova disso é o estudo conduzido pela McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial americana.
De acordo com a consultoria, até 2025, os procedimentos relacionados à Indústria 4.0 podem reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40% e consumo de energia entre 10% e 20%, além de aumentar a eficiência entre 10% e 25%.
Mas quais as consequências do uso desses sistemas e o impacto no cenário industrial brasileiro? É o que veremos a seguir!
Como falamos acima, o termo tem muito a ver com novos usos da tecnologia e automações no modelo de produção industrial.
A indústria 4.0 não é uma tecnologia única. Pelo contrário, é um conceito que representa a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias.
Portanto, o termo diz respeito à combinação de inovações e tecnologias que tem a capacidade de revolucionar o modo de produzir.
A Quarta Revolução Industrial é utilizada como sinônimo de indústria 4.0. Mas você pode se perguntar: por que quarta?
A primeira revolução industrial ocorreu entre 1760-1840 e foi marcada pela introdução das máquinas nos processos produtivos. O carvão foi utilizado de forma maciça nesse período, impulsionando a indústria de construção civil.
Já a segunda revolução (1850-1945) teve o desenvolvimento de indústrias química, elétrica, de petróleo e aço como destaque, além do progresso dos meios de transporte e comunicação.
Por sua vez, a terceira revolução industrial (1950-2010) substituiu a mecânica analógica pela digital e foi marcada pelo uso de microcomputadores, além da criação da internet e a introdução de novas fontes de energia.
Já a quarta revolução tem como característica a interconexão de todas as etapas da produção, a digitalização das informações e a utilização dos dados para tornar a indústria mais eficiente.
O termo foi utilizado pelo governo alemão em 2010 pela primeira vez como uma estratégia para a indústria. Na época, um grupo de cientistas desenvolveu um projeto para implementar soluções tecnológicas nas fábricas alemãs.
Nos anos seguintes, o conceito apenas avançou e a ideia de fábricas inteligentes surgiu exatamente nesse contexto, aliando produção e tecnologias capazes de otimizar o trabalho fabril.
Agora que esclarecemos o conceito de forma detalhada, é relevante entender qual a real importância da indústria 4.0, que tem muito a ver com os próprios benefícios que esse sistema de tecnologias oferece.
Segundo o Portal da Indústria, o uso das novas tecnologias na indústria aumentaram, em média, 22% a capacidade produtiva de micro, pequenas e médias empresas dos mais variados segmentos, como alimentos e bebidas, metalmecânica e moveleiro.
Já de acordo com a Sondagem Especial Indústria 4.0, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada com mais de mil empresas, 72% dos respondentes apontaram o aumento na produtividade como o maior benefício da indústria 4.0.
A melhoria da qualidade dos produtos ou serviços e a redução dos custos operacionais teve 60% das respostas, seguido por melhorias no processo de tomada de decisão (49%).
É visto, portanto, que as vantagens da indústria 4.0 estão profundamente relacionadas com o modo de produção, trazendo repercussões positivas em todo processo produtivo.
– Inteligência artificial (I.A): são sistemas tecnológicos capazes de simular uma inteligência similar à humana. Esse tipo de tecnologia é capaz de interpretar eventos, analisar tendências e comportamentos de sistemas a partir de extensos bancos de dados.
– Internet das Coisas (IoT): qualquer dispositivo, item ou objeto que se comunica com outros sistemas por meio de uma conexão de rede. Essa interconexão faz com que os objetos possam ser remotamente monitorados, trazendo ganhos de eficiência.
– Computação em nuvem (Cloud Computing): softwares e sistemas que podem ser acessados remotamente, a partir de qualquer dispositivo móvel que disponha de internet. Segundo uma projeção da Gartner, 80% das organizações hospedarão seus dados na nuvem até 2025.
– Big data: o termo descreve o grande volume de dados que faz parte da rotina de uma empresa, volume esse que pode ser analisado em busca de insights que levam a melhores decisões e movimentos estratégicos de negócios.
– Digitalização: tecnologias para transformar processos de produção, de desenvolvimento de produtos e/ou modelos de negócios. A transformação digital abrange soluções digitais como a assinatura eletrônica, o armazenamento em nuvem e a transmissão pela rede que possibilitam não só maior segurança, mas também redução de custos nos mais diversos setores empresariais.
Para entender como o Brasil está posicionado em relação ao tema, trouxemos dois estudos interessantes que mostram mais do cenário e alguns desafios enfrentados.
A pesquisa Sondagem Especial Indústria 4.0, citada anteriormente, traz dados importantes para entendermos o cenário da indústria 4.0 no Brasil.
O estudo chegou a algumas conclusões interessantes, como:
– 69% das empresas adotam pelo menos uma tecnologia digital;
– Entre os entraves apontados para investir em tecnologias, está o alto custo de implementação, com 66% das respostas;
– Para 37% dos empresários, a falta de profissionais qualificados é uma barreira para adoção de tecnologias;
– A automação digital com sensores para controle de processos é a principal tecnologia em uso na indústria brasileira (46%).
Para Samantha Cunha, gerente de Política Industrial da CNI, é preciso reconhecer os avanços, mas também é necessário entender que a adoção de novas tecnologias é fundamental.
“A adoção das tecnologias digitais avançou nos últimos cinco anos. As empresas estão buscando novos métodos produtivos. Porém, para alcançar os maiores benefícios que a indústria 4.0 permite alcançar, é necessário aumentar a variedade de tecnologias digitais adotadas, pois são tecnologias complementares. A integração no uso é importante para aumentar a produtividade das empresas”, afirma.
Outra pesquisa que pode ser citada é a realizada pela FIESP, em parceria com o Senai-SP, com 227 empresas, sendo 55% pequenas, 30% médias e 15% grandes.
O estudo buscou identificar o grau de conhecimento a respeito do conceito de Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentados para sua adoção no Brasil.
Como resultado, chegou-se a conclusão que 32% dos entrevistados não tinham ouvido falar em quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada. Logo, a disseminação de conhecimento sobre a indústria 4.0 é algo bastante relevante.
Para as 68% que já ouviram falar em indústria 4.0, os principais resultados foram:
– 90% concordam que a Indústria 4.0 “aumentará a produtividade” e que “é uma oportunidade ao invés de um risco”;
– 30% estão “muito otimistas” quanto à implementação da Indústria 4.0 na própria empresa;
– As áreas com maior potencial para se beneficiar da Indústria 4.0 são: produção (55%), controle da produção (50%), rastreabilidade (38%), controle de qualidade (32%), planejamento (31%), e engenharia de desenvolvimento de novos produtos (31%). As grandes destacam manutenção (34%) e suporte a clientes (31%).
José Ricardo Roriz Coelho, 2º vice-presidente da Fiesp, explica alguns dos resultados citados acima.
“O Brasil chegou tardiamente na discussão da Indústria 4.0, que data de 2011 nos países desenvolvidos, e foi prejudicado pelo momento de crise econômica, que desviou a atenção para questões de curto prazo e conjunturais, mas acreditamos que ainda há tempo das empresas brasileiras se inserirem na 4ª revolução industrial”, reitera.
Segundo ele, o desconhecimento sobre a 4ª Revolução Industrial mostra a importância de disseminar em nível introdutório o que ela significa. Além disso, é preciso incentivar investimentos na infraestrutura de tecnologia da informação.
Em relação às qualificações esperadas do profissional do futuro, a pesquisa pode auxiliar na priorização dos cursos de capacitação de mão de obra nas áreas que dizem respeito à indústria 4.0.
Muitas pessoas pensam que apenas grandes indústrias podem fazer uso das tecnologias da indústria 4.0, mas não é bem assim.
Prova disso é a Salvador Japastel, que produz massas para pastel e pizza. Depois de instalar sensores na máquina de empacotamento de pizza, a empresa aumentou a capacidade produtiva em 33% entre 2018 e 2019, segundo levantamento da CNI.
“A tecnologia ajudou a otimizar o tempo e diminuiu o desperdício. Com isso foi possível aumentar o lucro, pois conseguimos utilizar melhor a matéria-prima”, explica a dona da Japastel, Rose Fukuhara. “Antes eu achava que o investimento seria muito alto”, afirma.
Já a produtora de portas e janelas de metal 3A Alumínio, de Taboão da Serra (SP), aumentou em 25% sua produtividade após adotar tecnologias digitais. A empresa possui 90 colaboradores e foram instalados sensores em estações de trabalho que produzem folhas de alumínio.
“O benefício foi grande. Tive um ganho de produtividade e hoje consigo ver a performance de cada estação de trabalho em tempo real (…) Sou um aficionado por indústria 4.0 e, quando comecei a pesquisar, achava que era coisa para uma grande empresa. Com o tempo, eu vi que essa percepção não era real, que eu podia implantar na minha empresa” conta o empresário Domingos Moreira Cordeiro.
ASG é a sigla para Ambiental, Social e Governança. Essa forma de gestão tem sido amplamente discutida por refletir a forma com que as empresas precisam trabalhar para se manterem competitivas no mercado.
O conceito está bastante relacionado à indústria e tem afetado o modelo de produção, assim como os sistemas da indústria 4.0.
Quer saber como esses termos se relacionam? É só clicar aqui!
Para ser notificado sobre novos conteúdos, é só se inscrever na nossa newsletter abaixo. Obrigado por acompanhar até a próxima.
Existem pelo menos 7 tipos de inspeção de segurança que podem ajudar a identificar situações de risco em sua empresa. Com essas inspeções é possível atuar de forma preventiva para eliminar ou ao menos reduzir as chances da ocorrência de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e panes em maquinários. Quando as inspeções de segurança são […]
A prevenção de perda deve ser uma prioridade nas indústrias de todos os setores, já que prejuízos e desperdícios comprometem a saúde financeira da fábrica e impactam negativamente na competitividade do negócio. Quando falamos em perdas industriais, nos referimos a tudo aquilo que não agrega valor ao negócio e prejudica os resultados alcançados pela empresa. […]
Saiba como fazer uma gestão de prestador de serviço eficaz, cobrar resultados de forma assertiva e conheça recursos online que irão facilitar o processo.